É uma série norte americana baseada na Forbrydelsen (Dinamarca), que segundo críticas é maravilhosa; a adaptação não é tão esplêndida assim, mas é boa. Desejo muito ver a versão original, mas ainda não consegui. Sobre a série: ambientada em Seatle - eu não sabia que chovia tanto naquele lugar, mas do que na floresta Amazônica... chove o tempo todo, e ainda não descobri se é um artifício para representar o lúgubre, a tristeza... mas chove muito, os personagens nem usam guarda-chuva, as roupas já são impermeáveis.
Sarah Linden é uma detetive com muitos traumas, abandonada pela mãe quando criança, viveu em lares adotivos até a vida adulta, não teve uma adolescência fácil, fugia constantemente, e esta história pessoal faz com que abrace alguns casos de forma dramática, o que a leva a um inconsciente processo autodestrutivo: não come, não dorme, não cuida do filho (e já quase perdeu a guarda dele), perdeu o noivo e o casamento... Tem como parceiro Stephen Holder, um policial tentando recuperar-se do vício de drogas.
No desenrolar da história ela segue tantos caminhos que prejudicam outros (um professor e o parceiro serem espancados quase à morte, um candidato a prefeito ficar paraplégico, levar um pai à prisão porque acreditou estar vingando a morte da filha, um rapaz ao suicídio...) que é incrível ela não ter largado tudo para se casar na Califórnia com o noivo lindo...
No início a série até lembra Without a trace, quando se descobre segredos de uma pessoa desaparecida... os segredos fizem parte de nós seres humanos - ninguém conhece ninguém, isto é verdade, sempre há um lado que fica escondido de um determinado público. Mostramos aquilo que queremos mostrar, que queremos que os outros conheçam, que não choque, principalmente quando há uma divergência do padrão normal da sociedade e sabemos que seremos criticados... pela frente ou pelas costas! Estamos sempre usando máscaras!
A princípio Rosie mostrou-se uma garota com péssimos segredos, ligada à prostituição virtual, e... porque ninguém conseguia entender como ela foi parar morta naquele lugar. Como e por quê??? eram as questões de Sarah, que aliás teve que lidar com segredos de todos os envolvidos... e se alguns destes tivessem sido revelados espontaneamente, tantas tragédias teriam sido evitadas (mas aí a trama não teria graça)... como o caso do professor que passou a ser visto como terrorista e molestador de menores quando na realidade salvava crianças de práticas abusivas e arcaicas - se tivesse revelado (mas não seria compreendido) não teria sido sequestrado e espancado quase à morte; ou o caso do político que escondeu a tentativa de suicídio, porque o público não compreenderia, seria considerado um covarde, consequência: foi preso por assassinato e levou tiros de um amigo da família da vítima, desencadeando neste uma patologia psicopata, levando-o antes a matar a mãe e depois ao suicídio. Tantos segredos e tantas tentativas de acobertar o crime levaram à desintegração de famílias (a da própria Sarah), destruição de caráter de vários personagens... para no final descobrir que Rosie foi vítima por estar no lugar errado na hora errada... ela só queria descobrir o mundo, viajar, descobrir a felicidade...
E o pior, principalmente para Sarah, foi descobrir o assassino... ser morta por que alguém também queria ser feliz, ser morta por engano, por quem menos se esperava... trazendo mais tragédias para a família que passa a ter como único objetivo recomeçar a viver.
No final da segunda temporada Sarah sai do carro ao recusar responder a uma chamada... quero acreditar que ela foi resgatar o filho, que terminou indo morar com o pai, por segurança, e depois embarcou para a Califórnia para casar com o noivo bonitão!!!
Amiga... dizem que em Seatle, quase 90% do ano é chuva, imagine o estado de depressão que as pessoas de lá se encontram...
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