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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Teddy

O Teddy veio para casa no dezembro de 1997, estava vagando numa das ruas de Osasco, e minha irmã Aurora o pegou, era para ela, mas o marido mal humorado não queria cachorro em casa, então ela deixou lá em casa, na mesma época veio o Toffee e foi ódio à primeira vista, de imediato eles sempre se atracaram, no início dava para conviver com as brigas, não eram constantes, e eles tinham medo das nossas reações. 


Para cachorros o dono não é quem paga conta e vai embora... o dono é aquele que fica com ele todos os momentos, alimentá-o, passeia com ele, dá remédio (mesmo que ele não goste), dá bronca, faz carinho, cócegas, limpa sua sujeira... então o Teddy me adotou como dona. E com o tempo minha irmã não se preocupou mais com ele. Vinha para visitas, ele fazia festas... mas depois ia deitar aos meus pés!


E assim foi por 15 anos (ele já tinha uns dois anos quando foi encontrado). Tinha um problema crônico de ouvido que nunca sarou... provavelmente tinha gastrite (o que atrapalhou alguns dos tratamentos porque o estômago não aceitava os remédios e provocava sangramentos) começou a ter problemas renais e foi curado com a homeopatia (mesmo que o dr. Marcelo não acredite)... depois o coração começou a ficar fraco, e a medicina ortomolecular o ajudou (mesmo que o dr. Marcelo não acredite) fortalecendo o coração e dando um ânimo extra. Mas ele não resistiu às calcificações na coluna, poderia ter tentado a acupuntura, mas eu não recursos financeiros para tal, e nem tempo para levá-lo. Foi parando de andar... até não querer mais viver!


Ele passou a ser minha sombra... onde ia, lá estava ele atrás de mim, chorava quando não podia, latia, latia, até eu ir falar com ele. Nos últimos dias, levantava a cabeça me procurando, depois voltava a dormir. Nos últimas semanas dormia mais de 20 horas por dia, acordava só para comer, beber, tomar os remédios e fazer as necessidades. De vez em quando, levava ele para um passeio, segurando-o para não cair, mais para animá-lo um pouco.
Houve uma época que ele vomitava muito, e fazia questão de fazê-lo na minha cama. Um dia, estava eu preparando a janta, e ele deitado no sofá, de repente, ele levanta vai até o meu quarto e eu o pego vomitando em cima da minha cama. Ele foi de um cômodo a outro só para vomitar. Depois disso, sempre tinha um lençol velho em cima da cama. 


Com o tempo as disputas com o Toffee foram ficando piores e os dois ficaram isolados... estragaram estantes e fogão ao marcarem territórios... não teve jeito, comprei um portão para separá-los, e cada um no seu lado ficavam rosnando um para o outro, por horas... mesmo doentes - os dois - ficavam rosnando. Senti falta disso quando o Toffee se foi... 
Uma vez, cometi a besteira de soltá-lo para ir de encontro à minha irmã que estava chegando em casa, e ele foi fazer festa no meio rua, correndo como um louco, quase foi atropelado. Nunca mais!
Cachorro quando experimenta o gosto da rua nunca mais esquece. Ele tinha um prazer enorme de passear! 
Marcava todos os postes, sacos de lixos... 


Ele tinha um jeito todo especial de tomar água... como se apreciasse cada gole, dava uma micro pausa e mais um gole...
Tinha problemas de convivência com o Toffee, mas adorava os gatos, a Lisa e a Sookie!
Adorava pêssego e tangerina... mas tinha que ser bem doce!
Quando me via com uma fruta na mão ficava com aquele olhar de também quero, às vezes comia vários pêssegos (daqueles pequenininhos) e eu tinha que esconder para que não acabasse com tudo. Nunca engoliu semente ou caroço!


Depois que a Meg faleceu, ele assumiu o posto e passou a dormir aos meus pés... não me deixou mais! Só nos últimos meses não deixei, para que ele não caísse da cama e machucasse ainda mais as costas, mesmo assim, ele passou a dormir ao meu lado num caminha própria.
Foram 15 anos juntos, mas parece tão pouco a falar... foi uma vida tranquila, algumas doenças, tratamentos difíceis porque ele não aceitava tomar remédio, então era colocado no meio da comida em patê, ele nem percebia, quando acontecia, já era tarde, já tinha engolido...mas ele bem que gostava porque era uma comida legal a mais, quando me via com uma seringa na mão, corria como um louco pela casa para que eu não o pegasse... e eu nunca consegui... Quando os problemas de saúde começaram a ficar sérios  ele se rendeu... eu conseguia colocar comprimidos na boca, ou chegar perto com seringas para administrar remédios ou comida.


Quando mais jovem gostava de brincar com bolinhas... depois elas perderam a graça. Adorava algumas visitas, particularmente da Aurora e do Octávio, com os outros latia, ameaçava morder, mas era só fazer um carinho que ele se rendia... 
Ele ficava especialmente lindo quando o pelo ficava grande e voltava do banho parecendo um urso polar... era meu ursinho!


Teddy - 15 dezembro 1995/ 19 dezembro 2012









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