Mais uma florada da roseira. fotos Hercilia. |
No mês de fevereiro terminei a releitura de "O nome da rosa". Não sei porque mas não foi uma releitura fácil: não havia percebido que se falava tanto em religião e seus conceitos.
Quando o li pela primeira vez, não havia ainda assistido ao filme exaustivamente (tanto que não me lembrava de que o final era muito diferente - triste).
Por isso, da primeira vez que li o livro devia estar mais interessada na trama e não percebi todo aquele discurso teológico.
Nesta edição há uma introdução maravilhosa, onde ocorre uma análise narrativa do livro, de como e porque ter sido escrito.
O autor da introdução, David Lodge, descreve que o livro foi escrito para três categorias de leitores: primeiro para os que apreciam a estrutura de ficção policial clássica, uma história de crime e investigação, com inspiração explícita em Sherlock Holmes, até na estrutura utilizada por Conan Doyle onde Adson/Watson narra a história vivenciada; a segunda categoria é para quem é apaixonado pelo debates de idéias e procura estabelecer conexões com o presente; a terceira categoria "se dará conta de que este texto é um tecido de outros textos, um 'quem matou' de citações, um livro feito de livros".
Descobri que Jorge de Burgos, o bibliotecário, foi criado para homenagear Jorge Luis Borges (que também havia sido bibliotecário).
E que o título "O nome da Rosa" não era uma referência à única personagem feminina da trama, mas sim uma referência à Roma (um equívoco de copista).
Neste releitura o livro ficou um tanto cansativo, porque percebi mais as idéias, as crises que a Igreja vinha passando com as diversas ordens.
E depois em março (2013), um papa franciscano é eleito. Como não fazer analogias e lembrar como esta ordem sofreu para impor seus princípios.
"Sobram mais duas virtudes teologais. A esperança de que o possível exista. E a caridade, para com quem acreditou de boa fé que o possível existisse." (p. 378)
Eco, Humberto - O nome da rosa; Editora Record, Rio de Janeiro, 2011
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