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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Minha biblioteca encaixotada


Assim como na crônica de Joca Reiners Terron eu também já mudei, e muito... 13 vezes! Em algumas casas fiquei mais tempo, de outras, saí logo. Houve uma casa, a minha preferida, passei a minha infância e adolescência, foram 16 anos naquela casa - por isso ser a minha favorita - era pequena, mas tinha um quintal enorme, o que deu margem para a minha família de acumuladores condições de guardar tudo o que aparecia (tinha um barracão bem no meio do quintal). Meu pai era militar e nunca entendi direito porque a família não mudava com tanta frequência como os vizinhos. Acredito que a família numerosa do jeito que era não estimulava ao quartel financiar nossa mudança... e fomos ficando, ficando e os vizinhos e amigos partiam de dois em dois anos.

Em decorrência eu nutria um desejo de mudar para qualquer lugar e vivenciar esta experiência... Por outro lado virei um ser antisocial porque cansei de ver os amigos indo embora e perder o contato com eles - ninguém gostava de escrever cartas. Mais tarde me arrependi muito do desejo de mudança, porque quando ela finalmente aconteceu não parou mais.

O lado bom das mudanças é que quando os problemas com vizinhos aparecem é só procurar outro lugar e não ficar amargando vizinhança infeliz!

A primeira vez que fui responsável por uma mudança foi logo após ao falecimento da minha mãe, sem experiência nenhuma, com medo de dar ordens demais e me impor foi um caos, tinha tanta, tanta coisa, ninguém quis se desfazer de nada... a mudança começou às 9 horas e terminou na madrugada do dia seguinte, quase uma hora, numa casa muito menor... ficamos dois anos na casa, e muitas caixas nem foram desmontadas. Um dia o vizinho apareceu e avisou de que o caminhão da prefeitura iria passar na rua e se eu quisesse me desfazer de algo era só deixar na calçada. Foi a deixa, me desfiz de muita bugiganga, tudo que era inútil ou não era mais utilizado foi para o lixo... achamos vários camundongos. Foi uma limpeza que me fez bem, acredito que a partir deste momento comecei a pensar melhor em até que ponto valia à pena guardar tanto lixo e comecei a jogar mais coisas fora. A mudança seguinte começou às 11 h e terminou às 21 h. e as seguintes foram mais rápidas.

Então aprendi a me desfazer de bens... aprendi que móveis menores são mais fáceis de carregar e não sofrem com o desmonte, livros de que não gostei de ler vão para a biblioteca ou para o sebo, e que em vez de colocá-los em caixas que ficam pesadas, melhor colocá-los em sacos de lixo de 20 litros, é só tomar cuidado na hora de tirar a fita adesiva que o saco será reaproveitado (da última vez fiquei um ano e meio sem precisar comprá-los), só as plantas continuam sendo um problema... planto tudo o que é semente que me aparece, elas crescem e não consigo me desfazer, porque são únicas... e esta minha briga com a destruição da natureza fortalece ainda mais a minha necessidade de tê-las...

Atualmente estou há cinco anos nesta casa... e há uma "necessidade" de mudança, mais não estou desejando muito isto. Uma casa com um grande quintal - adquiri muitos mais vasos; comprei mais livros e faz tempo que não me desfaço dos outros... será uma mudança difícil! 

Agora é esperar o bichinho da limpeza me atacar para fazer aquela faxina!

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