Translate

terça-feira, 26 de junho de 2012

A mão esquerda de Deus

"Ser sociável é uma coisa arriscada. Fatal até, pois significa estar em contato com pessoas. E a maioria delas é idiota, perversa e ignorante, e está com você apenas porque não consegue aguentar a própria companhia. Normalmente, as pessoas se entediam sozinhas e recebem você não como um amigo de verdade, mas como uma distração, como se fosse um cachorro dançante ou um ator de meia-tigela com um estoque de histórias divertidas."
(do livro: A mão esquerda de Deus; de Paul Hoffman; p. 154)



No princípio foi difícil entender a dinâmica do livro, a ausência de tempo e lugar não é algo a que estou acostumada. Lia esperando encontrar respostas a estas indagações. Por fim terminei pesquisando na internet sobre o livro e descobri que era para ser um novo Harry Potter, mas a história era sombria demais e estava claro que se destinava a um público menos infantil; aliás na livraria estava no setor de literatura adulta.
Depois decobri que o autor se inspirou nos mosteiros de "Em nome da rosa" e nas obras de Tolkien (evidente na cena da batalha). Então finalmente entendi que o livro não tem tempo e espaço definido, que é pura imaginação. A partir daí foi uma delícia envolver-me na história!

O texto do início aparenta ser um tanto deprimente com relação à socialização, mas impossível não perceber uma certa verdade. É fato que muitos não suportam a si, a solidão, tem uma urgência de ficar perto de outros, e então o que falar... porque ficar perto de alguém é ter que falar, o silêncio é insuportável... e o assunto acaba, não há mais o que conversar, então resta a fofoca, o transmitir de informações que não deveriam ser do conhecimento de outro... e quando menos se espera já há um veneno rolando...
O silêncio e a solidão não me incomodam, sou capaz de ficar perto de alguém por horas sem conversar... mas os outros não aguentam, e quando percebo já estou enrolada em meio a fofocas e diz-diz fico muito chateada comigo mesma, porque eu me deixei levar. Poderia muito bem ter ficado calada, ter me afastado (ultimamente faço isso). E aí entra a questão da amizade. Em todos estes anos conheci muita gente, muitos acreditei que eram amigos para toda a eternidade, a maioria convivi mais do que com a minha família, principalmente no trabalho. Mas não ficou quase nenhum. São pouquíssimos os amigos, aqueles que se mantêm contato, porque amizade é como o casamento - é necessário alimentar. Mas quando a relação é unilateral não tem como ir para a frente. Ao longo dos anos tentei manter amizades, até que percebi que somente eu tentava manter o contato, então parei... porque cansa quando somente um lado é que visita, manda cartas, cartões (no passado era assim). Hoje, as amizades são efêmeras, fulgazes, é aproveitar o momento, porque no dia em que a gente se afasta... acabou!


Perseverança

É preciso se erguer acima das discordâncias e do caos e continuar acreditanto. É preciso manter os objetivos sempre em mente.
(do livro: A Batalha do Labirinto - Percy Jackson e os Olimpianos; Rick Riordan; p. 114) 


SER SOLAR!

Definitivamente eu sou um ser que precisa de sol para viver! Meu espírito não aceita dias nublados! Praticamente um mês de chuva, garoa, pouquíssimo sol, muitas, mas muitas nuvens e tudo isso me deixa terrivelmente deprimida!
Hoje, depois de muito tempo, foi o primeiro dia que acordei com sol, levantei depressa para ver se não era só um rápido vislumbre, mas não, era sol de verdade, quase nenhuma nuvem... a animação voltou, não só para mim, mas para os cachorros e os gatos (eles também sentem a ausência de luz natural)... terminei de limpar parte do jardim, que comecei semana passada, então... chuva, chuva, chuva, e somente agora consegui terminar, fiz um monte de coisas que ficaram no limbo, porque eu simplesmente não tinha vontade de fazer.
Para mim, não importa o frio, não importa a chuva se for rápida, ou de madrugada, mas que passe logo e limpe o céu. Toda essa chuva só "alimentou" lesmas e caramujos que estão detonando minhas orquídeas, elas nem conseguem florescer porque eles comem o botão de flor.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Adeus, Toffee!

Nos últimos dias ando limpando o jardim... mas um vazio imenso me invade porque sempre quando fazia esta tarefa tinha sempre o Toffee ao meu lado, "me ajudando" a tirar o mato, ele a procurar pedras e tijolos quebrados para que pudessemos jogar longe para ele pegar. Esssa mania de "mastigar" pedras sempre deixaram os dentes dele limpos, nunca precisou fazer uma limpeza de tártaro.


Ontem encontrei a aranha de borracha dele, porque ele vivia perdendo seus brinquedos no meio das plantas. 


É um vazio muito, muito grande... ainda olho pelos cantos da casa esperando vê-lo, e ele não já está mais lá... um vazio quando acordo... um vazio quando chego em casa...


Se há algo que o Toffee fez foi viver bem e feliz seus 15 anos! Brincava sem parar, sempre com um brinquedo na boca, sem decidir se deveria largar ou não para que alguém jogasse longe para ele ir correndo pegar, do seu jeito único, escarafunchar no meio das plantas onde caiu, encontrar triunfante suas bolinhas... e voltar correndo com elas na boca, todo feliz!


Brincar era o mais importante... nunca reclamou de dor que deveria estar sentindo nas patas ou na coluna.



E quando encontrava um rato no jardim... só dava para saber porque o rabinho ficava para fora da boca, que sacrifício fazê-lo soltar o bicho... primeiro tinha que enterrar, mas nada de largar o brinquedo que se mexia...


Nada mais de brigas com o Teddy, nunca mais rosnados para os gatos que queriam sempre "roubar" a comida dele, que era deixada estrategicamente guardada para a fome da madrugada...


Nada mais de companhia para as leituras ao sol, quando ele ficava ao lado esperando que eu tirasse os olhos do livro para jogar a bolinha... Não terei mais a quem dar as cascas  dos cocos que ralava 
(ele limpava todo o interior - como ficava contente quando ganhava uma casca, babava até!)...   


Com os cães é assim... amá-los demais e incondicionalmente!



Porque eles partem logo... às vezes sem aviso prévio!
Começa com um probleminha simples, para culminar em alguma coisa fatal!

Procurando bolinha no jardim!

Seu brinquedo favorito - a aranha de borracha!
    
(26?) junho de 1977 a 10 de junho de 2012
 



Leve, leve, muito leve...

Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
e vai-se, sempre muito leve.

Fernando Pessoa

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-lo, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.