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domingo, 22 de julho de 2012

Inverno florido

Uma benção um país onde não há neve no inverno, nem temperaturas com -20ºC... não que as paisagens não sejam lindas, tudo branco, toda aquela neve... mas o frio... Não, prefiro os nossos invernos, frio, mas com flores, às vezes chove (às vezes chove demais, como neste ano), frutos começam a dar sinal de vida... mais acolhedor! A promessa do sol, do calor!



Esta orquídea só floresce no inverno... o que liga o relógio biológico é a primeira onda de frio, aconselha-se que neste dia ela seja regada com água e pedras de gelo, para que o choque provoque a floração. É uma orquídea que vem das regiões andinas.


Este ano não será muito propício para as orquídeas... uma infestação de caramujos e lesmas impedem que floresçam porque as flores são as primeiras a serem atacadas...


Uma orquídea negra, é mais escura do que a foto revela, e tão pequena, tão discreta que mal se percebe ela no vaso.


A rosa que a Cláudia me presenteou, floresceu num delicado lilás...


O ipê roxo, da praça, estava deslumbrante!


O sapatinho holandês, que não falha em florescer no frio!


Assim como a mirra, e suas flores miudinhas... 


Até o trevo (de três folhas) resolveu mostrar o quanto suas flores são graciosas!



A amoreira, que nem tem o meu tamanho, ensaiando os primeiros frutos...


Uma orquídea que conseguiu resistir pouco às pragas...


A exuberância majestosa da babosa!


E esta florzinha, que não sei o nome, que de vez em quando decide mostrar do que é capaz... pertenceu à minha mãe, e nunca havia florido, então... de repente... aparece es cacho de flores!


Enfim... elas aparecem quando não se cimenta tudo em volta!




domingo, 15 de julho de 2012

Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson



Praticamente li o livro em uma semana... o que não é normal, uma vez que sou meio devagar com as leituras em geral, mas é um livro muito gostoso de se ler, ágil, um suspense que prende, e... atualmente, é difícil encontrar obras com este nível de capacidade. Houve trechos que não parei a leitura até descobrir como o caso foi solucionado, como quando Lisbeth foi violentada, tinha de saber como ela acabou com aquilo, e foi surpreendente!
Uma falha? Anita - como assim ela ficou quase quarenta anos sem saber o que ocorria na ilha, com relação à obsessão do tio, já que recebia visitas da irmã Cecília? Falhas esta que os dois diretores dos filmes tentaram "amenizar", "corrigir".
Detalhes interessantes: o frio extremo faz mal às mulheres. Tanto neste livro, onde a história passa-se na Suécia e outro, O Segredo do Túmulo, que ocorre na Finlândia, que são países com invernos abaixo de 20ºC, as mulheres sofrem com a violência, e são países desenvolvidos, com os melhores IDHs do planeta.
Outro detalhe: a Kalinda, da série "The Good Wife" com certeza se inspirou na Lisbeth para compor a personagem.
Acabei de ler o livro e em seguida assisti as duas versões cinematográficas.
Os filmes: o livro tem mais de 500 páginas, compreende-se que é difícil compactar os eventos em duas horas (no máximo) de filme, ainda mais que não havia histórias paralelas - tudo se concentrava em torno de Harriet e da Lisbeth... compreendo que arranjos devem ser feitos, fatos cortados, etc. 
Até hoje não presenciei uma obra quando transformada em filme pelo seu país de origem ser ruim, normalmente a adaptação é excelente, e Hollywood é normalmente quem deturpa as obras, transformando-as, às vezes, em aberrações. Para citar dois exemplos: "Asas do desejo" um lindo e poético filme alemão sobre anjos; e o horrível "Cidade dos Anjos", que me leva a chorar de raiva (só assisti uma vez, para nunca mais); outro, a minissérie de seis capítulos "State of play", um thriller jornalístico maravilhoso, inglês, com um final que fazem as lágrimas escorrerem pelo rosto, quando o jornalista abre mão do amor da vida dele pela verdade. E o seu homônimo hollywoodiano, sem emoção, sem adrenalina, sem lágrimas (imagina... um homem chorar na frente de uma câmera?) - insosso.
Infelizmente há uma exceção à regra. A versão sueca do filme é sofrível. Nem vou entrar na questão de mudanças de planos e linguagem cinematográfica, porque não entendo. Mas...


Fatos não só foram suprimidos (o que era de se esperar), mas foram inventados... O filme não respeitou o final que o autor deu ao livro,  não foi o final moralista (no caso de Harriet), de que a justiça deveria ser feita, etc., que o autor decidiu; e o próprio Mikael foi obrigado a aceitar para não destruir mais vidas, no livro ele fala que Henrik conseguiu fazer algo que nunca alguém havia conseguido: corrompê-lo. Lisbeth não era Lisbeth! A atriz é gorda perto da personagem, na obra ela tem aparência de 14 anos, porque é incrivelmente magra, todos pensavam em anorexia quando se encontravam com ela, totalmente arredia, mal conversava; a atriz não conseguiu transmitir a essência da personagem, principalmente porque no livro, sabemos o que ela pensa, o porque ela age como age, o ódio que sentiu quando foi violentada era palpável... O filme só valeu para ver a paisagem sueca, principalmente no inverno... que é deslumbrante, ouvir o idioma, que parece um canto delicioso , aprender como se fala alguns nomes... Só! (detalhe - descobri que os suecos tem sérios problemas com acne)
O segundo filme, versão de David Fincher, foi muito mais fiel à obra, agradável surpresa!
Lisbeth era mais Lisbeth (não deve ser fácil dar vida àquela personagem); quase nenhuma intervenção para deturpar a história (exceto com relação à Anita), boa sequência de fatos... agilizou os eventos... Com relação ao caso de Harriet, não deu abertamente um final moralista, deixou em aberto... foi ágil demais na finalização com o segundo eixo da história (o processo contra um empresário). Apesar de ter sido rodado na Suécia, a paisagem do primeiro filme surpreendeu mais.
Mas... nenhum dos dois filmes conseguiu captar o suspense, a euforia por descobrir o que estava por acontecer (pode ser porque eu já conhecia a história) Parte do livro estava sempre relatando o que os personagens estavam pensando, e isto se perde no filme, principalmente com Lisbeth.
Moral da história: SE LER, NÃO ASSISTA!