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domingo, 1 de maio de 2011

O Demônio na Cidade Branca


Um livro fascinante, principalmente para geográfos, mesmo tendo um serial killer no meio da história.
Relata a história da cidade de Chicago, no final do século XIX, e de como ela se envolveu na Feira Internacional Columbiana. Naquela época os Estados Unidos era totalmente desacreditado em relação a apresentar qualquer evento cultural. Afinal, sua presença na Feira Internacional de Paris, quando o mundo foi apresentado à Torre Eiffel, foi medíocre, vergonhosa diante dos trabalhos magníficos dos outros países.
Então decidiram fazer a feira, em homenagem aos 400 anos da descoberta da América.
E a cidade que ganhou para apresentar a feira - Chicago! Para muitos uma péssima escolha... era uma cidade conhecida pelo mal cheiro dos matadouros de porcos, de gente inculta, só tinha defeitos...
O livro relata como o arquiteto Daniel H Burnham abraça a causa e resolve fazer um trabalho bem feito, tendo que lutar com burocratas, com a aristocracia local, com políticos para não manchar seu nome, o nome da cidade e do país. Afinal, o mundo inteiro estava de olho!
Criou a cidade branca... sua influência foi tanta, que até nos dias atuais presenciamos criações daqueles momentos, sobrepujando em muito a feira de Paris...
Esta parte foi bem relatada porque Burnham documentou tudo (infelizmente no livro não há fotos).
Ao mesmo tempo surgiu um serial killer - Henry H Holmes (neste período o mundo acabava de conhecer Jack, o Estripador), um médico que matou dezenas de mulheres e crianças, nunca se soube o quanto exatamente, oficialmente foram nove; porque naquele período as pessoas desapareciam e se eram pobres, quem procurava? e foi assim que Holmes as atraía para o seu hotel e as matava, assim, simplesmente... as seduzia e quando cansava fazia com que desaparecessem. Aparelhou o hotel com um forno crematório, com celas à prova de som e com canalização de gás. Tinha enorme prazer em vê-las ou ouvi-las morrerem.
Os registros históricos destes fatos são menores. Não se podia confiar no que Holmes contava, porque mentia descaradamente (chegou a escrever sua autobiografia - mas constatou-se que a maior parte dos fatos eram mentiras), foi julgado só por um crime, então não foi possível chegar aos pormenores dos outros. 
E como alguns seriais killers, só foi pego por um outro crime: fraude no seguro de vida.
Assim surge o termo serial killer urbano, e novos estudos sobre psicopatas.
Para minha surpresa a montagem da feira gerou mais suspense que o próprio serial!

Triste é ver que o Brasil repete os mesmos erros em pleno século XXI, para montar as estruturas para a Copa do Mundo e as Olimpíadas! 

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